terça-feira, 24 de abril de 2007
Actividade no próximo fim-de-semana
Será a fé uma "língua estrangeira"?
[Bobby Mcferrin: para saber mais, http://www.bobbymcferrin.com/]
[Robot dance: vencedores de um concurso de Hip-Hop]
Proponho-vos, agora, que leiam este salmo:
Salmo 150 HINO FINAL DE LOUVOR
1*Aleluia!Louvai a Deus no seu santuário;
louvai-o no seu majestoso firmamento!
2*Louvai-o pelos seus feitos valorosos;
louvai-o por todas as suas grandes proezas!
3*Louvai-o ao som da trombeta;
louvai-o com a harpa e a cítara!
4Louvai-o com tambores e danças;
louvai-o com instrumentos de corda e flautas!
5Louvai-o com címbalos sonoros;
louvai-o com címbalos vibrantes!
6*Tudo o que respira louve o SENHOR!Aleluia!
Para concluir: vejam novamente os "clips" e releiam o salmo. O que têm agora a dizer acerca das "linguagens da fé"?
Querer beijar e crer num beijo...
Depois de vários dias sem dar sinais de vida, acabei por encontrar tempo bastante para rabiscar umas frases para reflectirmos. Se bem se lembram, terminei o último "post" com o desafio de pensarmos sobre o que é, afinal, a fé. Para isso, em vez de "despejar" para o écrã, por meio do teclado, uma resma de ideias sobre o assunto, pensei que vos poderia provocar com um pequeno "clip" da série "The O.C." (que, decerto, muitos conhecerão) que depois poderíamos, mesmo que a custo de alguma violência (!), comentar. Ora então aqui vai disto:
Primeiro "clip": O primeiro beijo de Ryan e Taylor [ver a partir dos 5 minutos e 55 segundos]
Enredo: Taylor, que está perdida de amores por Ryan (ainda doloroso pela morte de Marissa, sua antiga namorada), descobre que aquele sofre de insónias (tal a angústia que ainda sente). Porém, depois de muitos esforços vãos (o rapaz - pugilista - dá luta...), achando-se quase a ponto de resignar (como se a "conquista" daquele "princípe" lhe estivesse vedada), vê-se "instigada" por Seth ("amigo visceral" de Ryan) a não desistir. Como tal, empunhando uma chávena de chá (pretenso remédio para os tormentos do sono...), procura Ryan para lhe propor que arriscassem dar um beijo a ver se nesse encontro os corações tomassem dos lábios o exemplo, cravando-se um no outro...
Perguntinha de "algibeira": terá este "clip" alguma coisa que ver com a fé?
Para provocar a reflexão: por vezes somos assaltados por uma profunda inquietação que nos sequestra o sono e, mais ainda, os sonhos. Para muitos, essa perturbação pode ser traduzida nesta interrogação: "Porque será que não tenho fé? Estará Deus de costas voltadas para mim? Por que crêem uns e outros, como eu, não?". Porventura, a serenidade [da fé] está à distância desse beijo, simultaneamente arriscado e ternurento, que no toque nos desperta para o mundo dos sonhos, onde o coração deriva de tranquilidade, e as ideias cirandam de criatividade...
segunda-feira, 5 de março de 2007
Primeiro Encontro: Tem a fé algum cabimento?
A fé é por vezes considerada uma realidade de terceira categoria, como se o acreditar fosse sinal de falta de inteligência. No entanto, será isto realmente verdade? Será que a crença não estará enraizada no próprio existir humano? Como veremos sucintamente, o acreditar é estrutural nas diversas dimensões da nossa existência. Senão, vejamos:
Ponto 1: O acreditar e a memória
A nossa identidade, embora tendo diversos planos, conhece na memória uma instância fundamental. Nela guarda-se o nosso património de vida, desde os seus elementos mais corriqueiros (onde moro, onde estudo, os últimos acontecimentos que vivi, a última conversa que tive com os meus amigos) aos mais profundos (os que preservamos como tesouros preciosos ou como imagens sombrias, cuja lembrança nos arrepia, deixando-nos com pele-de-galinha). Outros elementos estruturais da identidade consistem nas histórias de família (quem são os meus pais, experiências de vida, …). Mas se essas tradições familiares nos são importantes (porque nos fazem sentir em casa), contudo, como podemos fundamentá-las (ou seja, confirmar se são ou não verdadeiras) senão, num primeiro momento, pela confiança na memória dos outros? Como sabemos se são ou não verdadeiras? De facto, o nosso património familiar (as histórias de família contadas em torno da lareira – ou do aquecedor a óleo – em noites invernosas) é, bastante, um edifício assente sobre a confiança.
Ponto 2: O acreditar e as relações interpessoais
«Como é que te chamas?» (ou, na versão msn, «kem és?»). Esta é a pergunta clássica que abre muitos dos primeiros encontros. No entanto, é também o momento inaugural do grande jogo da confiança, já que todas as palavras pronunciadas a partir desse momento que digam algo para lá do imediatamente visível (como a roupa que se traz vestida, a marca dos ténis, …) entrarão na memória como acolhidas pelo acreditar. Afinal, quem me garante que este com quem me encontro se chama Hermenegildo (como diz) e não Asdrúbal?
Cada relação processa-se ao ritmo da confiança, onde a coerência de vida (o permanecer Hermenegildo dia após dia) credibiliza as palavras, confirmando-as na confiança.
De facto, o acreditar é condição necessária para que as relações se estruturem. E porquê?
Acreditar no outro é admitir que a sua palavra tem valor e que, mais profundamente, a sua palavra me acrescenta algo.
Acreditar no outro implica, claramente, um abandono à sua palavra como forma de poder seguir caminho evitando os diversos becos com que a solidão rapidamente se depara.
De facto, o acreditar revela, no ser humano, a sua interdependência, a sua carência dos outros, na consciência de que a sua história, as suas palavras, o seu conhecimento podem ajudar a supri-la e, por conseguinte, ajudam a viver.
Ponto 3: O acreditar e a ciência
Chegamos, então, a uma esfera à qual, aparentemente, o acreditar é alheio. Mas será realmente assim?
O saber científico elegeu, sobretudo a partir de Galileu, a experiência (ou, diríamos, o sujar as mãos na realidade) como lugar crucial para a descoberta (e, por conseguinte, do próprio conhecimento). Rapidamente, a realidade viu-se assaltada, nos seus variadíssimos âmbitos (desde a física à matemática, passando pela anatomia, química, biologia, botânica), pela humana sede de saber, ao ponto de a ciência se afirmar como um saber de saberes (dada a multiplicidade das necessárias disciplinas).
Porém, quando o volume de conhecimento se tornava imenso, torna-se imperativa a articulação entre os saberes, onde cada investigador, para promover o seu estudo, se vê obrigado a recorrer aos dados obtidos por outros (e este é o primeiro momento da confiança científica), já que é impraticável refazer, para cada cálculo, todo o percurso científico que o tornou possível (sejam as fórmulas matemáticas, sejam os métodos científicos, sejam os próprios instrumentos de medição).
Mais profundamente, o conhecimento científico radica na confiança na própria teoria científica vigente, válida apenas enquanto capaz de superar os diversos problemas, sendo que todo o conhecimento científico tem essa marca do provisório (pois que dura enquanto a teoria durar, correndo o risco de ter que ser reformulado caso se descubra uma nova, tida como mais apta).
Exemplo: Passagem do modelo científico geocêntrico para o heliocêntrico.
Ponto 4: O acreditar e a crítica
Como vimos ao longo deste percurso por alguns dos diversos planos da vida humana, o acreditar parece ser estrutural. Porém, resta perguntar: como pode o acreditar ser um caminho para a verdade (da memória, das relações, do conhecimento)?
Num primeiro momento o acreditar diz apenas a nossa tendência para o outro (confundindo-se, aqui, com o gostar: «acredito por que gosto dele ou dela»), mas nem por isso se apresenta como critério suficiente para a descoberta da verdade (não basta, portanto, gostar muito dum mentiroso compulsivo para fazer do que ele diz uma verdade…).
Precisamos da inteligência do acreditar, isto é, da crítica, da busca dos comos (na ciência) e dos porquês (nas relações interpessoais, na filosofia e na fé) da realidade. Neste sentido, fé e razão científica mostram-se muito próximas: ambas precisam de fazer a pergunta «será mesmo assim?» para se poderem estruturar. De contrário arriscar-se-iam a acreditar no absurdo…
Próximo Encontro: Afinal, o que é a fé?
sábado, 24 de fevereiro de 2007
Isto é uma espécie de grupo de jovens
Uma vez que ainda não encontrámos um nome para o nosso grupo de jovens, por enquanto vamos ser uma espécie de grupo de jovens.
Neste blog existirão, certamente, variedades e procuraremos sempre dizer a VERDADE que nos ilumina e nos ajuda a percorrer o CAMINHO.
Para além das variedades, procuraremos divulgar aqui as nossas actividades.
Pretende-se que este blog seja um local de partilha activa e de encontro (neste caso virtual) .Portanto, malta deixem os vossos comentários!!!